o que importa não é a aparência. é o essencial.

Na semana passada, no encerramento anual de um grupo semanal que faço, o orientador leu uma passagem de um livro escrito por uma mulher que poderia ser qualquer uma de nós, qualquer uma de vocês. A diferença é que ela registrava os seus sentimentos e aos seus pensamentos dava forma, colocando tudo no papel. Anos depois de sua morte, suas filhas (ou sua filha, não lembro) encontraram seus escritos e compilaram as mensagens num livro.

Pensando nisso, e no nosso dia a dia atribulado fiquei pensando no Natal, nas minhas filhas, na mensagem que realmente fica mesmo depois que o Natal passa, que desarrumamos a casa, que tiramos a guirlanda da porta.

Nos preocupamos demais com as listas, com o trânsito, com o que vamos dar para quem que muitas vezes deixamos para trás o essencial, o que deveria permear a nossa vida nessa época do ano.

Esquecemos que somos presenteados no Natal com a chance para nos tornar pessoas melhores- pelo menos um pouquinho melhores do que fomos até então. Ideal seria se pudéssemos aproveitar sim a ideia de  "presentear" para nos treinar a ser mais generosos. Já perceberam como tantos tem dificuldade em se desprender, em dar de verdade, em se doar?

Que tal nesse Natal, se for preciso, deixarmos de comprar rios de roupas que provavelmente entrarão em liquidação antes mesmo de termos tido a cance de usar e dar um presentão para alguém que jamais imaginaria ser presenteado assim?

Vales, dinheiros, gift cards, todas essas são maneiras fáceis de não precisarmos olhar para o lado e vermos a real necessidade de quem nos cerca, mas isso - simplesmente- não é Natal. Natal é enxegarmos os outros com os olhos de Jesus. E se algum dia conseguirmos isso, certamente o nosso coração será o melhor lugar para acolher Jesus no dia do Seu nascimento, no Natal.

Esso é um exercício, não significa que seja fácil nem que conseguiremos atingir a perfeição na primeira tentativa, nem na segunda. Não somos perfeitos e jamais seremos. Somos humanos e suscetíveis aos erros, a vaidade, ao egoísmo. Talvez passemos a vida tentando nos parecer um pouquinho com nosso Pai e se essa tentativa for genuina, já será bom demais. Reconhecer a nossa pequenez e nos esforçar para melhorar invocando que o Espírito Santo e que Nossa Senhora nos ajude,  transforma o nosso coração. Se tivermos a humildade de reconhecer que podemos melhorar, estaremos dando um grande passe em direção ao que realmente importa. Afinal, aqui é só uma passagem.

Feliz Natal de coração!