Quando eu soube que o Papa tinha renunciado, os primeiros pensamentos que vieram a minha cabeça foram:  "Puxa! O Papa Joao Paulo II estava muito mais doente e se manteve firme até o fim". "Ele era bem mais carismático". "Eu preferia o Papa João Paulo II".

Depois, ciente de que eu não tinha nenhum embasamento para julgar e lembrando da frase "não julgueis para não serdes julgado", me recolhi à minha insignificância e  fui ouvir aqueles que vivem a Igreja de Deus diariamente. Conversei com a minha querida madrinha, amiga e confidente Irmã Teresinha, prestei atenção às palavras do Padre na homilia da Missa, escutei o Padre Cleomar. Pedi para meu irmão me explicar a opinião de outro Padre amigo que vive dentro do Vaticano e para minha mãe me explicar o que tinha sido falado no círculo da Opus Dei. 

Não dá para emitir qualquer opinião baseada, apenas, nas notícias dos jornais. 

Por fim, cheguei a conclusão de que o Papa tomou essa decisão por vontade do Espírito Santo. É o Espírito Santo que ilumina a votação que elege o Papa e, certamente, foi Ele também que falou ao coração de Bento XVI. 

Bento XVI teve humildade em reconhecer que não tinha tanta força para continuar naquela caminhada. Enquanto pode, cumpriu com excelência a sua missão. Escreveu e falou sobre assuntos polêmicos que estavam engavetados havia tempos. Ele teve coragem de dar a cara a tapa, de manifestar as suas opiniões, de argumentar.  Ë um homem culto. Um intelectual. Um homem humilde que reconheceu a sua pequenez diante da Igreja de Deus e soube a hora de se recolher. Um homem humilde que não ambicionou toda a pompa e circunstância que a morte como Papa lhe garantiria. Ele morrerá Papa. É um título vitalício. Mas o que ficará eternamente para nossos filhos, netos e bisnetos está muito além de um simples título. São os seus ensinamentos. As suas palavras. Os valores que ele nos passou e que continuará nos passando em seus textos e livros. Suas palavras não se apagarão. Ficarão para sempre.