Estamos na Quaresma. Na verdade, no fim da Quaresma. O próximo domingo já é domingo de Ramos.
Para alguns, esse período não tem significado algum. É apenas o espaço entre dois dos maiores feriados do ano: o carnaval e a Páscoa.
A Quaresma, no entanto, tem (ou deveria ter) uma importância enorme na nossa vida.
São os 40 dias que temos para repensar as nossas atitudes, reconhecer os nossos erros e de enxergar, em todos, o rosto de Cristo.
Quando escutamos falar em tempo de oração, jejum e esmola, nos perguntamos o que isso significa. E como tudo que vem de Deus é simples, a resposta também é.
Tempo de oração nada mais é do que aproveitar esses dias para rezar mais, escutar melhor a voz que vem do nosso coração. Ficar a sós com Jesus. Se aproximar do Espírito Santo e pedir que Ele nos inspire. Para amar é preciso conhecer.Tempo de ler o Evangelho e tentar se colocar no lugar de Cristo. Experimentar sentir o amor imenso e misericordioso que Ele tem por cada um de nós, Seus filhos. Tempo, também, de nos aproximarmos da dor que Ele sentiu quando morreu por nós na Cruz. Abrir o coração para agradecer, pedir perdão e pedir tudo o mais que quiser. Ele é pai. Escuta sem julgar e dá o que acha que pode dar. No tempo Dele. Quando não recebemos o que pedimos, é porque aquilo não era o certo naquele momento. Deus reserva surpresas melhores.
Por jejum, não pensem que Deus espera que passemos fome. Nada disso. O jejum da Quaresma remete à disciplina. Disciplina não como fim, mas como meio de conquistar algo. Conquistar-se a si mesmo.O jejum ajuda a dar valor às pequenas coisas. Ajuda a enxergar o próximo. A prestar atenção naquilo que o outro precisa.
A oração e o jejum levam à esmola. É preciso ESTAR para levar a esmola. Tocar o próximo.
Caridade e fé sempre estão juntos. Não podemos amar a Jesus, a quem não vemos e não amar o irmão que está ao lado, que vemos.A fé em Deus e o amor ao próximo caminham juntos. Se não for isso, vivemos a fé como se fosse algo para nós, egoísta. A fé é um dom comunitário.
Esmola é olhar com carinho para o pecador e fazer um bem espiritual para ele. Para ajudar uma pessoa espiritualmente, não podemos ter um olhar justiceiro. Precisamos ter humildade para fazer com que aquela pessoa tenha uma humanidade mais bela. Do contrário, a soberba, o orgulho podem mais.
A nossa caridade tem que ser espontânea. Gratuita. Com paz no espírito. Se não estivermos numa eterna luta, não conseguiremos.
Também podemos aproveitar a Quaresma para ensinar a beleza das virtudes para as crianças. Não é o não pelo não. É a conquista. Podemos ensinar que as virtudes a tornarão mais livres, mais alegres, mais iluminadas.
Na Quaresma está presente todo o tema da conversão pessoal. No deserto não tinha nada. Nesse período, Deus nos leva a esse deserto para que nos purifiquemos. Para que mudemos de rumo. Ele nos dá a chance de colocar Deus e o próximo no centro da nossa vida.
A confissão liberta a alma. Nos permite comungar de verdade. Ter o coração pronto para receber Deus.
O espírito da Quaresma deve levar à profunda confiança em Deus. Que Deus seja o Senhor da minha história. O Senhor da minha vida.
Deus sempre leva a esperança e a paz. Deus acalma e alegra. Acolhe e conforta.
É tempo de nos desapegar-nos até da visão negativa que temos das nossas fraquezas.
Ao reconhecermos os nossos erros, os nossos defeitos, os nossos pecados e pedindo, com o coração humilde e sincero, que Deus nos tranforme, estaremos mais próximos de alcançar a misericórdia eterna. E é para isso que vivemos. Para, um dia, chegarmos a casa do Pai Celestial.
Que Jesus esteja sempre vivo em nossos corações e que nós tenhamos a humildade de viver a Quaresma todos os dias das nossas vidas.
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