domingo, 27 de junho de 2010

Dica: Leitura da coluna da Martha Medeiros de hoje

Vira e mexe escrevo sobre os artigos da Martha Medeiros. Sou fã dela e todo domingo corro para ler o que ela escreveu.

O texto de hoje está especial.

Ela compara sons a lembranças e sentimentos. Engraçado porque ontem fui a uma festa junina- e olha que essa já é a terceira do mês- que trouxe a tona recordações da minha infância. Como faço aniversário no mês de junho, enquanto criança todas as minhas festas de aniversario eram "juninas". Nunca escolhi o tema dos meus aniversarios - e nunca reclamei. Na verdade adorava os meus "arraiais", que tinham bandeirinhas feitas meses antes, na sala da nossa casa pela minha maezinha querida, fogos, pescaria feita com areia da praia e peixinhos também feitos em casa-e também pela mommy, corrida de saco, corrida com ovo na colher, dança das cadeiras (quem lembra?!), corrida de ramster -é! a minha mãe comprava os ratinhos, fazia várias casinhas com caixas de sapato e o vencedor era o que tivesse o número da casinha escolhida pelo ramster.

As festas eram animadas, cheias, coloridas e sempre com música, muita música.

O capricho com os detalhes ficavam por conta da minha mãe, mas o meu pai era quem se encarregava "da parte musical". Nas minhas festas e nas do meu irmão nunca faltou banda para recepcionar os convidados. As festas não eram "mega" mas eram feitas com amor e carinho e como sempre digo, isso sim fica. Engana-se quem pensa que vai fazer a festa do filho e ele só vai se lembrar daquele momento através das fotos. Que nada! Prova disso foi o que senti ontem quando ouvi "São joão, São João, acende a fogueira do meu coração". De repente eu tinha cinco anos e estava fantasiada de caipira, com pintinhas no rosto, bochechas com blush (só podia usar blush em dias de festa) e correndo de um lado para o outro. Depois, comecei a lembrar de outras músicas. Onde estava, o que usava, o que eu estava fazendo. Lembrei da Turma do Balão Mágico, da Xuxa no início da carreira (quem quer pão, quem quer pão...), do Ultraje a Rigor, das festas de "discoteca"na Mikonos do Leblon, da Rita Lee, Ultraje a Rigor, Kid Abelha, Blitz. Mudava a música e eu começava a crescer. Lambada. Quem lembra?? 15 anos. Valsa. Música da Bahia. Sertaneja - adoro! Rock. Os primeiros shows ao vivo. Praça da Apoteose. Intercâmbio. Bossa nova no walkman. Tardes em casa fazendo fita. Tardes com amigas tirando letra. Toca. Para. Escreve. Música.

Realmente os sons marcam. Lembro da voz do meu pai entrando em casa cantando. Sempre. Até hoje ele faz a mesma coisa com as minhas filhas. Lembro das músicas que embalavam o meu sono. As músicas do meu casamento. A música que me conduziu ao altar. Lembro do som dos primeiros choros assim como lembro da alegria indescritível que senti ao ouvir as minhas pequerruchas gargalharem, ainda bebês. Lembro do som das vozes "tati bi tati". Das primeiras palavras que elas falaram. Lembro das canções de neném que já tinha esquecido e relembrei com elas. Música. E de repente eu volto a ser criança através delas. De repente estou cantando as mesmas músicas que eu ouvia. De repente elas cresceram e estão ao meu lado ouvindo música comigo. De repente elas entram no carro e pedem para ligar o som. Dão palpite. Música. Mérito do pai, que está sempre com o som ligado. E daqui a pouco elas estarão no altar. Talvez com as mesmas músicas que eu, talvez não. Mas sem dúvida haverá música.

E de repente eu lembro de novo do meu pai cantando: "Que será, será...Agora que já sou papai, os filhos perguntam a mim serei eu rico ou muito pobre e eu respondo assim: Que será, será, o futuro não se vê, o que será, será". "Que sera, será, the future is not ours to see, what will be, will be..."

Que a música nos embale e que Deus nos abençõe!


Boa semana para todos e até amanhã!

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