quinta-feira, 7 de julho de 2011

A Cor de São Paulo

Área verde de SP que, em breve, será destruída e dará lugar para + um conjunto de edifícios. De que cor?? Provavelmente cinza...




Chove cântaros. 


O céu está cinza claro e o mar, cor de chumbo. As árvores, por sorte, se mantém verdes - e isso é uma das coisas que faz o Rio ser mais bonito do que SP. Tem mais natureza.


Em SP, o pouco verde que resta está sendo retirado para dar lugar a mais edifícios, construções, ruas, anéis. A cada dia crescem os acessos às marginais - o que não necessariamente melhora o trânsito. Afinal, cada vez mais carros circulam pela cidade. 


Na semana passada, li na Revista da Folha uma entrevista com o diretor Nando Olival bastante interessante. Ele disse duas coisas que chamou a minha atenção. A primeira, que não tem ninguém flanando pela cidade. E a segunda, que é difícil decifrar a cor da cidade.


Realmente, a cidade instiga uma correria interna alucinante e pouca gente parece ter tempo - ou coragem de assumir que tem tempo- para flanar sem culpa. Tá todo mundo sempre correndo de uma lado para o outro, mesmo que essa correria não leve, necessariamente, a lugar nenhum... 


Graças a Deus não me incluí nesse rol. Eu gosto de flanar. Aliás, foi assim que fui  (e continuo) descobrindo a cidade que me conquistou.  Andando ao léu. Foi andando ao léu que eu descobri o mundo florido do CEAGESP e o colorido da 25. A "Europa brasileira"do Jardins e a despretensão deliciosa da Vila Madalena. Várias vezes cruzei a Faria Lima Lima a pé e andei, andei, andei. Aliás, de novo: várias vezes cruzo a Faria Lima e ando, ando e ando. Adoro! Foi assim que fui contruindo, pouco a pouco, o meu caderninho de dicas  e muitas das dicas que estão neste blog. E foi assim também que fui me sentindo em casa por aqui.


Foi também nessas andanças sem destino pré determinado que decifrei a paletade de cores da São Paulo que eu enxergo. Para mim São Paulo é bege, branco e cinza e o aumento dos edifícios espelhados e envidraçados que andam subindo por aí não mudam muito esse cenário. Simplesmente refletem e multiplicam a imagem monocromática paulistana. Sorte nossa quando está sol. Aí sim, refletem o azul do céu que de tempos em tempos nos brinda com o tom celestial.


Bom para nos lembrar que tudo tem os dois lados e que até dá tempo de mudar a cartela de cores de São Paulo. Quem sabe se plantarem mais, se investirem nos jardins coloridos, nos parques, nas praças e nas ruas e alamedas cheias de árvores e canteiros as pessoas se sentirão bem para flanar sem culpa e as crianças, para brincar do lado de fora com segurança, como um dia muitos pais já brincaram?


Alguém ainda se lembra?? Nessa época, que cor a cidade tinha??



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